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Dia do Orgulho LGBTQIA+: construa um negócio mais inclusivo
Postado em: 18 de Junho de 2021 às 08:00 Por Redação
No próximo dia 28 de junho é celebrado mundialmente o Dia do Orgulho LGBTQIA+, movimento que tem o intuito de conscientizar sobre a importância do combate à homofobia e a “transfobia”.
O Dia do Orgulho LGBTQIA+ tem o objetivo de rever pensamentos e comportamentos que prejudicam a evolução da sociedade e, principalmente, aqueles que fazem parte da comunidade LGBTQIA+.
O papel dos cidadãos e empreendedores é de trabalhar para que todos se sintam seguros, respeitados e incluídos de forma justa, valorizando a diversidade.
Em teoria, esse cenário seria o ideal para todos e, para o empreendedor, um negócio mais inclusivo e diverso pode representar um aumento significativo nos lucros do seu negócio.
Entretanto, como citamos no episódio 44 do nosso podcast, Negócio em Dia, mais da metade dos assassinatos de LGBTQIA+ no mundo ocorre no Brasil, segundo o relatório Grupo Gay da Bahia – GGB. Esse número corresponde à morte de um LGBTQIA+ a cada 26 horas em nosso país, superando até mesmo países que criminalizam a comunidade com pena de morte.
Qual é meu papel como empreendedor diante deste cenário? Como marca, é preciso ir além de simplesmente publicar um post nas redes sociais em datas comemorativas. É preciso demonstrar, por meio de palavras, atitudes e atendimento, que o seu negócio é contra ações que diminuam ou prejudiquem pessoas em casos de LGBTfobia, demonstrando isso no dia a dia, por meio do posicionamento da marca.
Por isso, no conteúdo de hoje, traremos diversas informações e ações para que você possa refletir, mudar, posicionar-se e construir um negócio mais inclusivo e diverso para além do Dia do Orgulho LGBTQIA+.
Entendendo a sigla LGBTQIA+
LGBTQIA+ representa um movimento político e social que defende a diversidade e busca mais representatividade e direitos para a comunidade. O primeiro passo para construir um negócio mais inclusivo é entender o que cada letra representa.
L = lésbicas: corresponde a mulheres que sentem atração afetiva/sexual pelo mesmo gênero, ou seja, outras mulheres.
G = gays: representa homens que sentem atração afetiva/sexual por outros homens.
B = bissexuais: homens e mulheres que sentem atração por ambos os gêneros.
T = transexuais: a transexualidade não está relacionada à orientação sexual, mas, sim, à identidade de gênero. Desse modo, a letra “T” representa transgêneros, transexuais e travestis, pessoas que não se identificam com o gênero de seu nascimento.
Q = queer: pessoas do gênero “queer” transitam entre as noções de gênero, como é o caso das drag queens, defendendo que a orientação sexual e a identidade de gênero não são resultado da funcionalidade biológica, mas de uma construção social.
I = intersexo: uma pessoa intersexo está entre o feminino e o masculino. Isso acontece devido às suas combinações biológicas e ao seu desenvolvimento corporal – cromossomos, genitais, hormônios, etc. –, que não se enquadram na norma binária do masculino ou feminino.
A = assexual: a pessoa assexual não sente atração sexual por outras pessoas, independentemente do gênero, não vendo relações sexuais como prioridade ou necessidade.
+ = é utilizado para a inclusão de outros grupos e variações de sexualidade e gênero, como pessoas pansexuais, que sentem atração por pessoas, independente do gênero.
Para algumas pessoas, a sigla LGBTQIA+ representa apenas letras. Porém, o objetivo da sigla e do movimento é que um número cada vez maior de pessoas se sintam representadas e participantes da sociedade. Não é à toa que a sigla já passou por diversas alterações desde sua primeira versão, criada em 1994, conhecida como GLS (gays, lésbicas e simpatizantes).
Hoje, cada letra representa um grupo de pessoas em nossa sociedade que sofre diferentes tipos de violência, simplesmente por não se adequar àquilo que foi tido como o “padrão na sociedade”.
Como construir um negócio mais inclusivo
Agora que você entendeu o que cada letra representa, é hora de avaliar práticas e atitudes que promovem e incentivam a diversidade dentro e fora do seu negócio.
Mapeando “barreiras”
O primeiro passo para criar um negócio mais inclusivo e diverso é entender o contexto em que ele está. Qual é a imagem que a sua marca passa aos clientes? Qual é o seu público consumidor e o que é preciso extrair, adaptar ou reinventar para que seu empreendimento seja visto e tenha atitudes que condizem com o respeito às pessoas LGBTQIA+?
99% das pessoas LGBTQIA+ se sentem inseguras no Brasil, de acordo com um relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Isso significa que é preciso readequar seu negócio para que, cada vez mais, as pessoas representadas por esse movimento se sintam à vontade, acolhidas e seguras por sua marca.
Conheça os termos e as expressões corretas
Se uma pessoa da comunidade chega ao seu estabelecimento e, por algum motivo, seus funcionários ou até mesmo você demonstrar que não sabe exatamente como se referir a ela, isso demonstra que seu negócio é despreparado ou desinformado.
Além de ser um momento extremamente desconfortável, principalmente para o cliente, não saber quais termos ou expressões utilizar pode macular a imagem do seu negócio perante a comunidade.
Nesse sentido, busque se aprofundar em termos utilizados na comunidade, bem como em quais são as expressões incorretas ao se referir a uma pessoa LGBTQIA +. Ainda:
- Saiba quais perguntas são ofensivas.
- Quais palavras não utilizar.
- Conheça conceitos como orientação sexual, relacionada ao interesse afetivo e/ou atração física de alguém, identidade de gênero, que diz respeito ao gênero com o qual uma pessoa se identifica, e expressão de gênero, que se refere à maneira como a pessoa se expressa, veste-se ou se apresenta.
- Em caso de erros, peça desculpas, mostre-se disposto a aprender o uso de palavras e expressões corretamente.
Acesse os artigos abaixo listados para aprofundamento das questões de gênero e do que nunca perguntar ou falar a uma pessoa LGBTQIA+:
O que nunca perguntar a uma pessoa gay ou lésbica?
O que nunca perguntar a uma pessoa trans?
Avalie a equipe e instrua suas ações
Se você conta com uma equipe de trabalho em seu negócio, é importante estar atento ao comportamento individual de cada membro dela. Isso porque um colaborador resistente à causa ou até mesmomal instruído pode criar uma imagem negativa do seu negócio em relação a questões LGBTfobia.
Você pode começar avaliando as atitudes no dia a dia, bem como expressões, termos e tom de voz ao referir-se a questões do público LGBTQIA +. De modo geral, pessoas resistentes à causa costumam demonstrar isso explicitamente. Também é fundamental saber distinguir quando alguém fala algo por desinformação e quando está sendo preconceituoso.
Você também pode promover debates abertos, a fim de conhecer melhor os membros da equipe e instruí-los corretamente, levantando pautas e temas que possam construir um negócio mais inclusivo, não apenas no Dia do Orgulho LGBTQIA+.
Crie um negócio mais inclusivo não somente no atendimento
Criar um negócio inclusivo não é apenas “ser receptivo” ao atendimento de pessoas LGBTQIA+. Mais do que isso, é fundamental estimular e dar oportunidades de trabalho a pessoas da comunidade, colocando em ação a construção de um ambiente mais diverso, interna e externamente.
38% das empresas brasileiras têm restrições para contratar pessoas LGBTQIA+. Dar oportunidades às pessoas da comunidade beneficia não somente à causa como também à credibilidade do seu negócio, afinal de contas, como mostra uma pesquisa da consultoria Mckinsey, empresas que se preocupam com a diversidade de gênero são 21% mais lucrativas.
O Dia do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado mundialmente no dia 28 de junho, porém, os movimentos, debates e ações para fortalecer a diversidade de gênero ocorrem durante todo o mês. Que tal aproveitar a data e reorganizar seu negócio a favor dessa causa?
Fique de olho em nossas redes sociais e saiba como construir um negócio cada vez melhor. E se quiser conhecer uma história inspiradora de empreendedorismo LGBT conheça a Simone e sua parceira Alana clicando AQUI.