Empreendedorismo
Cervejaria artesanal: um mercado em crescimento
Postado em: 14 de Agosto de 2021 às 08:00 Por Jhonatan Alves
Cervejaria Artesanal é o empreendimento que tem ganho o coração dos brasilieros amantes de cerveja. A exclusividade e os sabores diferenciados têm despertado uma verdadeira paixão e tornado o consumo desta bebida, quase que um novo vinho: cheio de processos de degustação e inúmeros tipos da bebida.
No mês internacional da cerveja - data celebrada toda primeira sexta-feira de agosto, neste ano sendo no último dia 07 - a Academia Assaí trouxe dicas ao empreendedor para quem quer iniciar no ramo da cervejaria artesanal ou quer fazer parcerias para trazer ao seu negócio este tipo de bebida.
Só em 2020, o Brasil chegou a um total de 1.383 cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o que revela um crescimento de 14,4% em relação a 2019, segundo o Anuário da Cerveja 2020.
Dicas para iniciar no ramo
Com o aumento, é esperado que novos empreendedores invistam no ramo, seja produzindo ou comercializando a bebida. A primeira coisa se fazer é pesquisar e muito. Entender sobre as receitas, fermentação, sobre os principais ingredientes: o lúpulo e sobre o malte, este último produto da cevada. Tudo isso é o ponta pé inicial em direção à realização do negócio.
Cursos para iniciar nesta área são fundamentais. Procure pela internet ou na sua cidade, instituições que ofereçam este suporte com mestres cervejeiros. É necessário também conhecer os tipos de cerveja e a diferença entre elas. Isso é fundamental para decidir o seu produto primário, ou seja, aquele que você iniciará as vendas.
Lager: cervejas de baixa fermentação; mais populares. Têm um teor alcoólico entre 4% e 7%. Predomina uma cor mais clara ou dourada. Os estilos mais conhecidos desse tipo são: Pilsen, American Lager, Pale Lager, Helles, Bock, Schwarzbier, Munich Dunkel e Vienna Lager.
Ale: cervejas dessa família são de alta fermentação. Tanto o sabor quanto a cor costumam variar entre doce ou amargor, clara ou escura. Alguns dos seus estilos são: Pale Ale, Weizenbier, Stout, Witbier e Saison.
Lambic: Com tonalidade bem clara, sua fermentação é feita em tanques abertos e por isso ocorre espontaneamente. Tem um sabor mais forte, azedo, ácido e amadeirado. Seus subtipos são: Gueuze, Faro, Fruit Lambic e Kriek.
Além disso, antes de abrir qualquer empreendimento é necessário fazer um Plano de Negócios.
Leia: Plano de negócios: o que é e como fazer o meu?
Tendo tudo isso em vista, os próximos passos demandarão atenção, principalmente porque você precisará ficar atento a legislação sanitária Federal específica ao mercado de cervejarias artesanais. De acordo com o Sebrae, você precisará também de um espaço mínimo para montar os equipamentos de 150 m²; equipamentos à produção e matéria prima.
Os fornecedores precisam ser cautelosos e terem um produto de qualidade, porque o material para a feitura da cerveja artesanal é sensível. Verificar como é feito o transporte e armazenamento do lúpulo são pontos importantes.
Por dentro de uma cervejaria artesanal
Você provavelmente já conhece alguém que empreende no ramo das cervejarias artesanais, mas uma família quase que inteira você conhecia? É o caso da família Ronchi Oliveira, de Jundiaí-SP, que em 2018, pai e filho, Flávio e Rodrigo, respectivamente, iniciaram a produção caseira de cerveja por hobby.
Em 2020, ao visarem um possível negócio, mais pessoas da família entraram para fazer parte da então cervejaria batizada de ‘Trip’.
“Começamos a experimentar cervejas especiais e artesanais, notando que eram diferentes de tudo o que já tínhamos como conceito de cerveja. Assim, seguimos em busca de ter uma cerveja própria, conhecer novos produtos, entender mais sobre o mundo cervejeiro e os estilos para fazer um produto de qualidade”, contou Luíza Ronchi, que assessora e cuida do marketing da ‘Trip’, além de ser filha de Flávio.
A família relata que é um prazer produzir as cervejas, mas alerta que um dos desafios é o investimento inicial e contínuo um pouco salgado e também sobre a formação de público. “Os insumos para a produção também são caros. O brasileiro ainda está conhecendo este tipo de produto artesanal.”
Dentro do negócio familiar, Rodrigo Oliveira é Mestre Cervejeiro, formado no Curso Avançado de Tecnologia Cervejeira, no Instituto de Cerveja Brasil (ICB). A produção da ‘Trip’, se baseia em três diferentes escolas da cervejaria: a Belga, inglesa e americana.
“Nossos produtos são: Lager, Strong Bitter, American Pale Ale, Belgian Pale Ale, Tripel e NEIPA. São estilos diferentes de cervejas, caracterizadas pela quantidade e tipo de lúpulo, malte e fermento que cada uma delas levam na composição”, declarou o mestre cervejeiro.
Como dica, a família empreendedora salienta que estudar e investir no conhecimento é primordial, além de encarar outras cervejarias como aliadas aos negócios. “Estudem, pesquisem e degustem muito. Ter um bom relacionamento com os outros cervejeiros cria uma rede de relações positivas para troca de conhecimento, referências e até mesmo vendas”, finalizam.
Caso queira saber mais sobre a Cervejaria artesanal ‘Trip’ acesso o perfil do instagram @cervejariatrip
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