Empreendedorismo
Empreendedorismo feminino: especialista Mariana Simões dá dicas
Postado em: 16 de Fevereiro de 2022 às 15:45 Por Jhonatan Alves
Este conteúdo faz parte da série ‘Empreendedoras Academia Assaí’, que traz informações, entrevistas e dicas para as mulheres empreendedoras do Brasil! A iniciativa da Academia Assaí visa homenagear as mulheres e promover o empreendedorismo feminino!
A Academia Assaí buscou conversar com algumas especialistas em empreendedorismo feminino, para trazer alguns conselhos e muito conteúdo às empreendedoras que acompanham a Academia Assaí ou mesmo àquelas mulheres que querem começar a empreender.
Para especialista em empreendedorismo e fundadora da Rede Fluida - @redefluida (Escola Feminista de Negócios), Mariana Simões, o empreender das mulheres ainda sofre algumas barreiras no Brasil.
“A gente acha que é tudo igual, mas os dados mostram que não. Estatisticamente as mulheres empreendem mais por necessidade, recebem menos investimentos, têm maior dificuldade de conseguir crédito e são mais desacreditadas por potenciais parceiros e fornecedores”, disse.
No entanto, de acordo com Mariana, que é moradora de Brasília – DF, as mulheres têm algo de diferente, um jeito de empreender que extrapola o querer lucrar e está ligado com realização e rede de apoio.
“Nós tendemos a buscar uma realização além do lucro com nossos negócios e a mentalidade do empreendedorismo padrão ainda é lucro acima de tudo. Mulheres querem sim ter independência financeira - para muitas isso é necessário inclusive para sustentar a família - mas elas também querem tempo para ficarem com os filhos, saber que seu trabalho é reconhecido e abrir portas para outras mulheres”, salientou.
Segundo Mariana, as mulheres que se movimentam no empreendedorismo, mudam a sociedade. “Empresas femininas são centros de transformação da comunidade. Estudos renomados mostram que quando elas estão liderando, os funcionários são mais felizes, além disso elas são menos inadimplentes do que os homens, tendem a estabelecer relações comerciais mais duradouras e o um dos mais importantes: investem mais dinheiro em educação, de seus funcionários e familiares.”
Para quem já é empreendedora na área de alimentação, a especialista deixa um toque. “Aprenda a calcular o preço do seu produto nos mínimos detalhes. Eu já atendi diversas empreendedoras que vendiam muito, mas no final do mês estavam defasadas”, enfatizou Mariana.
Já para quem vai começar a empreender agora, Mariana fala sobre se empoderar e vencer os obstáculos.
“Esqueça os estereótipos que você não é boa com números, não gosta de planilhas e tem vergonha de vender. Somos tão capazes de lidar com o lado racional e estratégico dos negócios quanto os homens. Não espere aprovação de ninguém para começar, busque cursos e capacitações para aprender a precificar e vender e cuide do seu dinheiro e do dinheiro da empresa com afinco. O dinheiro vai te dar muita possibilidade de escolha, não tenha medo dele”, aconselhou.
Empreenderismo feminino na vida de Mariana
O começo de Mariana no empreendedorismo não foi intencional, mas com o observar de outra pessoa, os rumos de sua vida mudaram. “Eu dava aulas e um dia fui dar uma aula de reforço para uma prima minha, o pai dela, meu tio, ouviu a condução da aula e no final me abordou dizendo que eu tinha uma metodologia diferente do que outros professores que já tinham ido à casa dele.”
Com isso, o tio em questão fez uma proposta para que juntos, eles criassem uma empresa de aulas particulares. “Ele cuidava da gestão e eu da parte educacional, mas aos poucos acabei virando a única gestora da empresa”, lembrou Mariana, que na época tinha apenas 20 anos e levava a empresa mais como um hobby.
Mariana conciliava as aulas, a coordenação em uma escola e a empresa, e tinha em mente que quando a empresa rendesse mais que o salário mensal, ela largaria o emprego para se dedicar somente ao empreender, mas o que ela não sabia, é que a vida escolheria mudar seus planos.
“Um dia, a empesa que eu era empregada faliu e eu fui mandada embora. Era para eu ficar triste, mas logo depois percebi que na verdade eu estava feliz, porque foi aí que vi o meu caminho no empreender. De lá para cá tive uma consultoria de Produtividade e gestão do tempo, um curso de alimentação saudável e até um projeto de defesa pessoal para mulheres. Levei tempo até me encontrar no mercado do empreendedorismo feminino.”
Rede Fluida
A Fluida é uma escola feminista de negócios, que desenha metodologias únicas pensadas para a trajetória que as mulheres vivem quando decidem empreender.
“Trabalhamos com cursos online e mentorias para empreendedoras e consultorias personalizadas para empresas lideradas por mulheres. Desde selecionar a ideia mais promissora, até criar o produto propriamente dito e colocar ele à venda. Além disso, damos treinamentos, palestras e workshops em empresas que querem fomentar lideranças femininas”, finalizou a especialista.