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Hora de implantar um sistema delivery?
Postado em: 06 de Agosto de 2019 às 16:15 Por Redação
Confira os benefícios que um serviço de entrega pode trazer ao seu negócio e saiba como implementá-lo
A tecnologia tem mudado completamente a forma como estudamos, trabalhamos, relacionamo-nos com os outros, buscamos informações e até mesmo o modo como compramos alimentos para consumo imediato. Se, há aproximadamente dez anos, era impossível pedir uma pizza ou um combinado de comida japonesa sem fazer uma ligação telefônica, hoje as coisas mudaram: com a ajuda de aplicativos de celular, em poucos minutos, você recebe praticamente qualquer tipo de alimento em sua casa ou onde quer que esteja.
Já existem vários aplicativos que atuam no segmento de delivery (em português, “entrega”), tornando mais fácil a vida tanto dos consumidores quanto dos empresários que atuam no mercado de alimentação fora do lar (food service). Atualmente, o aplicativo líder do segmento no Brasil e na América Latina soma mais de nove milhões de usuários cadastrados.
Os estabelecimentos de alimentação – pizzarias, hamburguerias, restaurantes e vários outros – perceberam a demanda e, somente em 2017, o número de empresas cadastradas na plataforma aumentou em 80%. Uma pesquisa feita pelo Ibope Conecta no último ano confirma o crescimento no uso da modalidade de entrega no Brasil: 33% dos brasileiros usam aplicativos de delivery.
Ao se cadastrarem em um ou mais aplicativos, esses estabelecimentos passam a fazer parte de um marketplace (saiba mais no quadro da página seguinte) especializado em alimentação. Mas será que realmente vale a pena investir em aplicativos desse tipo? De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a resposta é “sim”! O levantamento mostra que o mercado de entrega de alimentos já corresponde a quase 5% do faturamento das empresas de alimentação fora do lar e, só em 2018, movimentou R$ 11 bilhões, com previsão de aumento em 2019.
Quanto ao aumento no faturamento, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) no Paraná, Fábio Aguayo, afirma que a implementação de um serviço de delivery, em parceria com aplicativos, como iFood, Uber Eats, Rappi e semelhantes, aumenta o faturamento entre 35% e 40%, em média, no final do mês.
SUCESSO NO DELIVERY
Foi por esses motivos que a Massa Fresca, casa especializada na produção de massas italianas atuante em Curitiba/PR, decidiu investir na modalidade de entrega de seus produtos. A empresa fechou parcerias com aplicativos para fazer testes de desempenho e já está colhendo frutos. “Tivemos um aumento de 20% no faturamento nos três primeiros meses e os resultados iniciais são animadores”, revela o gerente da empresa, Mateus Banks. De acordo com ele, além de ter impulsionado as vendas, a experiência tem alavancado novos planos para o negócio: “Estamos planejando expandir a produção, o horário de funcionamento e o efetivo, ou seja, a abertura de mais vagas de trabalho. Tudo isso graças ao impacto das vendas do delivery”, comemora.
DO ATENDIMENTO AO CONSUMO
De acordo com a diretora executiva da GS&Libbra – empresa que presta consultoria especializada para estabelecimentos de food service –, Cristina Souza, esse impacto acontece porque a modalidade gera oportunidades adicionais de vendas: “Com o delivery, o empreendedor pode vender para um cliente que talvez não visite o estabelecimento naquele dia ou em dia algum”. Mas, apesar de ser uma forma de aumentar as vendas, Cristina ressalta que implementar o serviço implica uma maneira especial de olhar para o negócio: “Não se trata de mera entrega de mercadoria, mas de uma forma específica de relacionamento, que precisa ser agradável em todas as etapas – do atendimento inicial ao consumo do alimento."
VANTAGENS DE USAR O SERVIÇO
Baixo custo de adesão
Para começar a oferecer a entrega dos produtos, não é necessário investir alto. Basta entrar em contato com a empresa responsável pela administração e solicitar a inclusão. As principais plataformas do segmento no Brasil costumam cobrar uma mensalidade fixa para o uso do serviço e uma taxa por entrega. No entanto, é preciso pesquisar bem para ver qual se encaixa melhor no seu modelo de negócio.
Ampla base de usuários
Como as plataformas são cada vez mais populares e já caíram definitivamente no gosto de quem utiliza smartphones, elas têm uma grande base de usuários. Isso ajuda a garantir que seu negócio, assim que passe a fazer parte, comece a ser visto pelos clientes e possa receber pedidos de imediato.
Novos clientes
Estar em um aplicativo na modalidade marketplace é semelhante a estar em uma praça de alimentação, em que há a possibilidade de captar novos clientes que ainda não conhecem o seu produto, economizando investimento em marketing e propaganda.
APLICATIVO PRÓPRIO VALE A PENA?
Para o analista de competitividade do Sebrae, Luiz Rebelato, a avaliação que se tem é de que não vale a pena investir em aplicativo de delivery próprio. De acordo com o analista, nem as grandes marcas o fazem, quanto menos os pequenos negócios. “Há motivos para isso: as pessoas não querem ter um aplicativo para cada estabelecimento em que pedem comida nem teriam espaço disponível para isso nos seus celulares. Assim, elas optam pelos que agregam o máximo possível de restaurantes e lanchonetes”, explica.
Outro fator que pesa são os custos de elaboração e manutenção, que são significativos, pois envolvem tecnologia, investimento em marketing, taxas mensais e monitoramento. “Boa parte dos empresários não se dá conta disso, mas é um fator que pesa no fim do mês”, alerta Rebelato. “Evidentemente, não é barato pagar taxas sobre o que se vende pelos aplicativos e ainda pagar uma mensalidade. No entanto, os investimentos em marketing e tecnologia realizados por essas plataformas são para todos os empreendimentos conectados a ele, diluindo os custos”, esclarece.
É PARA O MEU NEGÓCIO?
Para o analista do Sebrae, antes de pensar na implementação do serviço, o empreendedor precisa olhar para a modalidade delivery como uma opção para o seu negócio, sabendo que oferecer o serviço implica uma nova atividade, demandando importantes análises, tais como:
Mercado: definição de qual público deseja atender; verificação de interesse e procura dos alimentos que produz na modalidade de entrega; definição da área a ser atendida e do volume de vendas que se deseja alcançar.
Produto: escolha do cardápio que estará disponível para entrega, optando por itens que manterão uma boa apresentação após o recebimento; estudo das embalagens que serão utilizadas e de como assegurar que o alimento chegue nas melhores condições possíveis.
Estabelecimento: avaliação do espaço da empresa (quais áreas serão destinadas especificamente para esse fim) e da viabilidade quanto ao atendimento das demandas. As definições relativas aos fluxos de pessoas e alimentos, bem como a circulação dos entregadores, também são aspectos importantes para garantir a higiene dos alimentos e otimizar a dinâmica do serviço.
Entrega: decidir se os entregadores serão contratados pelo próprio estabelecimento ou terceirizados para os aplicativos (o que gera taxas de entrega maiores); estudar as vantagens e as desvantagens de cada opção, assim como definir o tipo de veículo (motocicleta, carro ou bicicleta) de acordo com as características do produto, o tempo de entrega, os custos com combustível, a região, etc.
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