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Veja como reduzir o impacto no seu negócio durante a quarentena
Postado em: 02 de Abril de 2020 às 16:49 Por Redação
As notícias que chegam a cada instante vêm gerando grande preocupação por todo o Brasil, principalmente após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar uma pandemia na última quarta-feira (11).
O país passa por um grande desafio de saúde pública, com desdobramentos significativos na economia, e o setor alimentício inevitavelmente será atingido e precisará se organizar para se manter ativo durante toda a quarentena. A primeira coisa que se deve ter em mente é que é preciso agir em duas frentes: na garantia de condições seguras para consumidores e colaboradores e na redução do impacto econômico que esse cenário causará.
Confira abaixo algumas dicas para que você, que tem um negócio próprio, passe por esse período da melhor forma possível.
Segurança para o consumidor e para o colaborador
Independentemente do porte do seu estabelecimento, tenha consciência de que seu cliente e seu colaborador estão expostos a um vírus que se espalha muito rapidamente, e é preciso criar meios para garantir que haja a segurança adequada.
Portanto é essencial manter a comunicação constante com os funcionários, esclarecendo os métodos de prevenção da doença; disponibilizar, na entrada do estabelecimento, o álcool 70% para higienização de mãos; aumentar a frequência de limpeza do local e ter um cuidado especial quanto à manipulação dos alimentos.
Para ajudar quem atua no setor, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) criou um e-book gratuito com orientações para evitar a transmissão da doença em estabelecimentos de alimentação. Uma importante dica que a associação traz para negócios que possuem salão para consumo é diminuir em 30% a capacidade de atendimento do local e estabelecer a distância de 1 metro entre cadeiras de mesas diferentes, ou 2 metros entre as mesas.
Clique AQUI para acessar a cartilha e conferir mais dicas para o negócio em geral, para os manipuladores de alimentos e para garçons e atendentes.
Redução do impacto econômico
Sobre a redução de perdas financeiras nesse período, a consultora do Sebrae, Mariana Carvalho Garcia de Souza, aponta que, apesar de as pessoas pararem de frequentar ambientes públicos em momentos de pandemia, a alimentação ainda está à frente de outros setores, que sentirão maior impacto durante o período: “A alimentação é um item básico, assim como é o caso das farmácias, por exemplo. Mas cabe ao empreendedor se preparar bem e se adaptar para conseguir atender a essa demanda”, afirma.
O Sebrae definiu 5 passos para orientar pequenos empreendedores durante o período mais crítico da pandemia. Confira:
1º passo - Segurança para consumidores e colaboradores
Mantenha todos os funcionários informados sobre métodos preventivos e ofereça os ítens necessários para a proteção deles e dos clientes.
2º passo - Levantamentos de despesas e prioridades
Antes de tomar qualquer decisão, o empreendedor precisa compreender a realidade financeira do seu negócio, sabendo exatamente quais são os compromissos de pagamentos futuros (salários de colaboradores, fornecedores, aluguel, água, luz, internet, etc.) para os próximos seis meses. Depois de levantar as despesas, é hora de comparar com o valor disponível em caixa e, a partir daí, definir a estratégia de atuação para os próximos meses.
Olhando todos os compromissos financeiros para o período, essa é a hora de definir quais deles são prioritários e quais não são. “Uma assinatura de TV para transmissão no estabelecimento, por exemplo, é algo que, neste momento, não vai prejudicar a curto prazo a entrega final para o cliente, e representa um custo a menos para o negócio”, orienta a consultora.
3º passo - Negociação e prazos
Com muitas pessoas trabalhando em casa durante o período de pandemia, a produção de várias empresas para, e isso se reflete no setor de alimentação, com os preços de insumos e produtos básicos do dia a dia subindo e havendo falta de itens em alguns casos. Além disso, com a alta dos preços, o poder de compra do cliente diminui. Nesse cenário, é essencial negociar prazos de pagamento mais longos com fornecedores.
“Muitos empreendedores têm considerado fazer empréstimos para dar conta dos compromissos financeiros para os próximos meses. É importante ressaltar que, fazendo corretamente os três primeiros passos do roteiro, será possível ter uma noção mais abrangente da realidade financeira do negócio. Se o empreendedor identificar que não terá recursos suficientes, aí sim vale buscar crédito, porém sabendo mais precisamente o valor necessário a ser emprestado e evitando contrair mais dívidas do que o necessário”, explica Mariana.
4º passo - Estratégias e ações
Só depois de executar todos os passos anteriores, haverá uma noção de prioridades e orçamento. Aí sim é hora de partir para a estratégia que será seguida daqui para frente, com foco em minimizar a perda de receitas. “Algumas dicas de estratégias são: disponibilizar ou aprimorar o serviço de entrega a domicílio (delivery) para manter o volume de compra dos clientes; prevenir falta de estoque de produtos estratégicos para o dia a dia do negócio aumentando a compra desses itens se necessário; diversificar e até ampliar as formas de pagamento disponíveis; criar estratégias de marketing digital para aumentar a divulgação do negócio, sempre analisando cuidadosamente a viabilidade de cada ação”, observa a consultora.
5º passo - Gestão e fluxo de caixa
Monitorar periodicamente se tudo o que foi planejado e negociado anteriormente está acontecendo.
6º passo - Delivery
Com mais pessoas em casa e evitando contato social, o delivery tende a crescer muito durante as próximas semanas. Porém, para obter mais vendas com entregas de alimentos e bebidas, é importante que os empreendimentos se atentem às orientações necessárias de higienização para o delivery em tempos de pandemia e divulguem isso para o seu público.
“Além das orientações gerais da OMS, para o delivery esses cuidados são ainda mais importantes. Os entregadores devem estar sempre com álcool em gel à disposição, manter a distância de um metro e meio de outras pessoas e não entrar em locais públicos para fazer as entregas. Seguindo tudo isso, o empreendedor precisa pensar em como divulgar para seu público, especialmente aproveitando dos recursos digitais, que seu estabelecimento funciona de acordo com os critérios sanitários de prevenção e que seus produtos são seguros para consumo”, finaliza a consultora do Sebrae.