Afronegócio
Roteiros e destinos que celebram a culinária negra
Postado em: 26 de Agosto de 2024 às 12:04 Por Redação
A comida é uma linguagem universal que conecta pessoas e culturas, e os roteiros focados na culinária negra oferecem experiências gastronômicas únicas, fortalecendo as economias locais e promovendo um maior entendimento cultural.
Vamos falar sobre alguns dos destinos mais incríveis que celebram a culinária negra.
Salvador, Bahia, Brasil
Atrações: Mercado Modelo, Pelourinho, Igreja do Bonfim.
Pratos Típicos: Acarajé, moqueca, caruru.
Salvador é conhecida como a capital cultural do Brasil.
A influência africana é evidente em todos os cantos, especialmente na culinária.
O acarajé, por exemplo, é uma iguaria que você encontra facilmente nas ruas, preparado com amor e história pelas baianas vestidas de branco.
E não podemos esquecer da moqueca, um prato de frutos do mar cozido no dendê, que é simplesmente divino. Salvador é um lugar onde cada refeição é uma celebração da herança africana.
Nova Orleans, Louisiana, EUA
Atrações: French Quarter, Bourbon Street, Tremé.
Pratos Típicos: Gumbo, jambalaya, po' boys.
Nova Orleans é uma cidade que vibra ao som de jazz e exala aromas deliciosos.
A culinária creole e cajun é uma mistura fascinante de influências africanas, francesas e espanholas.
O gumbo, uma sopa espessa cheia de frutos do mar e linguiça, é um dos pratos mais famosos.
E quem resiste a um bom jambalaya, um arroz temperado com carnes e vegetais?
Caminhar pelas ruas do French Quarter é como fazer uma viagem no tempo, onde cada restaurante conta uma parte da história.
A Importância da Memória e da Cultura
Quando Suelen decidiu criar a Matulas da Nega, ela queria que fosse mais do que um restaurante. Queria um refúgio, um lugar de memória. "A construção da Matulas foi muito pensada nesse sentido, de ser um lugar de refúgio, de procura para as pessoas e de memória. Em breve, eu quero ser essa referência na cozinha, ser essa referência de busca, de cuidado com a tecnologia e gastronomia ancestral. Um lugar de memória, onde as pessoas digam: vamos contratar a Matulas, vamos comer na Matulas, porque Matulas respeita e entende de onde nós viemos e para onde nós vamos."
A Matulas da Nega não é apenas um negócio, mas parte de um ciclo maior de apoio e empoderamento. "Eu sou uma empresa de uma mulher preta, mãe solo, que contrata mulheres pretas, mães solo, que compra de produtoras orgânicas mulheres, que são da sigla LGBTQIA+. Comprar da Matulas, você não compra de mim. Você está fazendo um ciclo de verdade girar. Quando os propósitos e valores são colocados à prova, nós já fazemos isso. E não fazemos isso para viralizar, não fazemos isso para sair em posts. Fazemos isso como propósito."
Ela destaca que a culinária negra é carregada de sabor e carinho. "Quando as pessoas comem uma comida que é de uma pessoa preta, elas sentem o sabor, o carinho, o afeto. Você come e tem memória, tem lembrança."
Para Suelen, a cultura negra é o que move todas as culturas. "Nós chegamos primeiro nesse mundo. Ela passa de pai para filho, de ancestral para ancestral. Valorizamos muito os mais velhos, porque é ali que eles detêm o conhecimento."
Fortalecimento do Empreendedorismo Negro
O caminho do empreendedorismo foi repleto de desafios, mas também de descobertas e superações. Desde cedo, Suelen sabia que queria ter seu próprio negócio, mas a maior barreira sempre foi a falta de investimento. "Ter verba, ter dinheiro, ser herdeira, eu acho que é a maior dificuldade de querer empreender," explica Suelen. "Eu sempre quis ser empreendedora, sempre quis ter o meu próprio negócio e entendi o que era essa dificuldade muito cedo, porque impactou muito."
Mesmo com a formação em marketing, Suelen sentiu na pele o impacto da falta de recursos. Foi aí que as iniciativas de aceleração entraram na sua vida, trazendo não só conhecimento, mas também oportunidades financeiras. "Elas me deram conhecimento, oportunidades e apoio financeiro. Fiz algumas acelerações que tinham como contrapartida esse apoio financeiro, uma ajuda de custo ali, e isso realmente fazia diferença. Você aprendia e sabia onde injetar esse dinheiro. Mudou muito minha perspectiva," relembra Suelen.
Para ela, o investimento direto é essencial para mudar a realidade dos empreendedores negros. "Hoje, se meu filho quiser entender sobre empreendedorismo, ele tem muitos recursos à mão, muitos cursos e sites gratuitos. Mas ainda assim, falta um incentivo financeiro. Sendo uma empresa de uma pessoa preta, tem muito mais dificuldade. O banco não vai abrir crédito pra mim só de olhar pra minha cara."
Iniciativas e Apoio
Suelen se beneficiou de várias iniciativas que a ajudaram a crescer como empreendedora. "Participei do Afrolab, com a Feira Preta. Participei da Casa do Zezinho, que foi onde me abriram as primeiras portas falando de gastronomia. Para mim, a minha base foi a Casa do Zezinho, que me deu esse conforto, essa oportunidade, esse acolhimento para seguir o meu sonho, o meu trajeto."