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Como serão os hábitos de consumo em bares e restaurantes
Postado em: 15 de June de 2020 às 16:03 Por Redação
Pesquisa aponta as principais mudanças nos hábitos de consumo em bares, restaurantes e demais estabelecimentos de alimentação fora do lar
Quase três meses após o início do isolamento social no Brasil, muitas foram as consequências, principalmente em termos de saúde pública, mas também na questão socioeconômica, com o desaquecimento da atividade econômica. Com os efeitos da quarentena impactando diretamente empresas de todos os portes e de inúmeros segmentos, grande parte dos negócios de alimentação buscaram se adaptar para se manterem operacionais – recorrendo, por exemplo, às modalidades de delivery e retirada no local (take away). No entanto, mesmo com o isolamento social ainda vigente em alguns locais, desde já cabe aos empreendedores planejarem como será o período pós-quarentena em seus negócios de alimentação. E essa tarefa pode ser mais fácil quando feita com base em dados de pesquisas.
Com o objetivo de entender como os consumidores, de forma geral, estão lidando com tudo isso, e trazer dados que apontam como será o consumo pós-quarentena, a empresa de pesquisa Opinion Box fez um estudo sobre os impactos do isolamento social nos prestadores de serviço e as possibilidades de reinvenção para os bares e restaurantes. A pesquisa “Impacto nos hábitos de compra e consumo”, divulgada no final de maio, traz informações importantes para negócios de alimentação que contam com ponto fixo de atendimento (como restaurantes, lanchonetes, pizzarias, hamburguerias, bares, entre outros) sobre o tipo de estabelecimento que as pessoas estão mais dispostas a frequentar; quais os cuidados quanto à transmissão do vírus que mais influenciarão a decisão de escolher um estabelecimento para ir; e do que eles estão dispostos a abrir mão.
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Tipos de estabelecimento
Há uma preocupação comum por parte de quem possui um estabelecimento de alimentação com ponto fixo quanto a como será a reabertura das portas. Isso porque, além da questão financeira – principal desafio do setor durante o período de quarentena – esses empreendimentos normalmente dependem da aglomeração para funcionar, o que pode não apenas potencializar a transmissão do vírus como também gerar insegurança dos consumidores.
Por isso, há uma série de adaptações que podem ser feitas nesses locais. Mas, antes de falar mais sobre essas adaptações, vale comentar sobre alguns dados que o estudo traz a respeito das modalidades de oferta do serviço de alimentação apontadas como preferidas pelos consumidores.
O gráfico abaixo mostra, na cor rosa, os tipos de estabelecimentos frequentados entre maio de 2019 e maio de 2020 e, em azul, as categorias que os entrevistados pretendem frequentar ainda neste ano, no período pós-quarentena. Um dado importante que a pesquisa revela é que metade dos entrevistados afirmaram estar dispostos a frequentar os locais ainda neste ano, o que pode favorecer a retomada do setor.
Vale destacar que há maior preferência pelas modalidades drive-thru, quiosques e food trucks, o que pode ser explicado pelo fato de funcionarem em ambiente aberto. O serviço a la carte (com os pratos sendo servidos diretamente nas mesas) também é bastante citado, já que permite maior sensação de segurança, ao contrário dos buffets (self service), em que há maior risco de transmissão.
Cuidados e precauções
O estudo também analisa quais as medidas de precaução são mais aceitas, ou seja, dentre as várias disponíveis, quais mais influenciariam a decisão dos entrevistados quanto à escolha de um bar ou restaurante, por exemplo, para frequentar.
Vale observar que, apesar de algumas das medidas mais bem avaliadas pelos entrevistados, como disponibilização de álcool em gel, funcionários com máscaras, checagem de temperatura dos clientes na entrada e espaçamento entre as mesas demandarem custos ou redução de receita por parte dos proprietários, há também ações bem vistas pelo consumidor que demandam pouco ou nenhum investimento. Como exemplos: limitação do número de clientes no local ao mesmo tempo; uso obrigatório de máscara pelos clientes; exposição de um cardápio em tamanho maior, sem a necessidade de tocá-lo; atendimento com reserva ou agendamento. Até mesmo a opção com menor preferência, que é a obrigatoriedade de o cliente levar seus próprios copos e talheres para evitar contaminação – que não gera custos para o empreendedor – é vista como positiva por quase metade dos entrevistados.
Atenção: vale lembrar que, apesar de haver diferentes possibilidades para trazer mais segurança no funcionamento pós-quarentena, há medidas obrigatórias a serem seguidas, de acordo com nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Clique aqui para saber mais.
Aceitação a mudanças de formato
Boa parte das medidas de adaptação ao período pós-quarentena impactarão financeiramente nos estabelecimentos de alimentação, que já terão vindo de um período financeiro desafiador devido aos meses que ficaram com suas operações total ou parcialmente suspensas.
Entretanto, a boa notícia é que grande parte dos consumidores sinaliza entender o contexto pelo qual passam esses negócios e até mesmo demonstra disposição em contribuir, de alguma forma, durante o período de retomada, conforme aponta o estudo.
Um dado interessante é que 70% dos entrevistados disseram estar dispostos a respeitar um tempo máximo na mesa. Isso pode aumentar a rotatividade das mesas e evitar que os clientes fiquem muito tempo no local sem consumir. Além disso, 68% concordam em retirar os alimentos e/ou bebidas diretamente no balcão como forma de redução de custos.
Por outro lado, 60% afirmaram a preferência por ter um funcionário servindo a comida, no caso de buffets self-service. Um dado curioso é que 38% declararam estarem dispostos a pagarem um pouco a mais para ter a experiência de ir a um bar, um restaurante ou outro estabelecimento de alimentação fora do lar.
Apesar de o caminho a ser percorrido por negócios do setor de alimentação fora do lar no pós-quarentena não ser fácil, os dados mostram que há estratégias com maior probabilidade de aceitação, além de perspectivas positivas quanto ao retorno do consumo ainda neste ano e de que há, por parte do consumidor, um entendimento do quadro desafiador pelo qual esses estabelecimentos passam, o que pode contribuir para um cenário mais favorável para esses estabelecimentos se reerguerem.
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