EmpreendedorismoBares e Lanchonetes
O sabor da comida afro da Kitanda das Minas
Postado em: 22 de Novembro de 2018 às 08:25 Por Redação
Veja como a cozinha afro comandada pela Priscila Novaes levou axé ao Prêmio Academia Assaí
Destacar o sabor da comida afro e dar o merecido valor à mulher negra em todos os aspectos. Foi assim que a Kitanda das Minas surgiu e foi com a força do afroempreendedorismo e da cultura negra que Priscila Novaes se tornou empreendedora.
Sua participação no Prêmio Academia Assaí deixou ainda mais claro como é importante ter essas raízes vivas e o quanto seu trabalho pode influenciar novas mulheres a conquistarem um lugar de prestígio, seja na cozinha ou em outros espaços da sociedade.
COMO TUDO COMEÇOU
Priscila, de 34 anos, tem formação em Técnico em Cozinha pela ETEC-SP e especialização em Gestão Empresarial pela FATEC.
Ela sempre viu sua mãe cozinhar e acredita que o dom tenha sido herdado da família: “sou filha de mãe baiana e pai mineiro. Acho que isso me abriu as portas e me deu inspiração para cozinhar”, disse ela.
Sua trajetória nos negócios e na gastronomia começou muito antes, quando ainda vendia café da manhã nas estações de trem da cidade de São Paulo.
Apesar de fazer o que gostava, a rotina era bem puxada e as vendas não estavam rendendo o necessário para continuar de maneira estável.
Nesse período, Priscila tentou ingressar em um trabalho formal de operadora de telemarketing, mas não se manteve na área e sonhava em retomar às atividades na gastronomia.
Aos poucos, foi voltando para o setor de alimentação e aceitando encomendas diversas, como bolos, salgados, doces para festas e ovos de Páscoa. Tudo para fazer com que o seu negócio se mantivesse na ativa.
Com muitos desafios para continuar seus objetivos, Priscila soube de uma oportunidade que poderia ajudar muito e resolveu se inscrever em um programa de investimento para microempreendedores.
Felizmente, ela foi contemplada com crédito e teve a chance de pôr suas ideias em prática!
NASCE A KITANDA DAS MINAS
Priscila é negra, cozinheira e queria que o seu negócio tivesse o seu estilo, não só de cozinha, mas de personalidade: “eu sentia falta dessa representatividade, de mostrar a cultura africana e o reconhecimento da mulher negra”, afirma.
Ela escolheu algo que a representasse e pudesse mostrar o poder de suas raízes. Por isso, se inspirou nas quitandeiras africanas e nas baianas do acarajé para criar a Kitanda das Minas.
Com pratos típicos da culinária de origem africana, a Kitanda opera exclusivamente em eventos com o serviço de afrobufê, com vendas sob encomenda e cardápio diversificado.
Uma realização que traz muita visibilidade e explora diversos pontos da cultura negra, apresentando aos clientes a gastronomia de matriz africana e o papel da quitandeira como fonte de riqueza, saber e provedora de alimento.
“Busquei inspiração nessas mulheres de origem afro, que são supervalorizadas pelo poder sobre os alimentos e detêm o saber ancestral. Me identifico com esse estilo de cozinha e acredito que a Kitanda das Minas tenha esse papel também”, revelou.
VIVENDO O PRÊMIO
Como os demais ganhadores do Prêmio Academia Assaí, Priscila se sentiu muito feliz e privilegiada por estar fazendo parte de um momento tão importante como esse, não só para o seu negócio, mas também para o seu crescimento pessoal e amadurecimento na gestão do seu negócio.
Durante a Semana de Imersão em São Paulo, Priscila percebeu que todos os seus desafios eram compartilhados por seus colegas, que viveram ou ainda vivem situações parecidas.
“Quando cheguei para a Semana de Capacitação, senti uma alegria muito grande e tudo o que vivemos ali serviu para ter aprendizado e reflexão sobre o nosso negócio. A apresentação para a banca foi bem difícil, mas serviu para que eu me aprofundasse no propósito do meu negócio e tivesse mais ânimo para continuar daqui em diante”, disse Priscila.
O que mais marcou a participação da nossa ganhadora na Semana de Imersão foram as visitas à Nestlé e à Ekma, onde pôde conhecer novos produtos que, hoje, fazem parte da etapa de produção do Kitanda das Minas, além de ter ganhado um curso de pizzaria.
O QUE VEM POR AÍ
Como a Priscila ainda está em processo de maturação do seu negócio, existem muitas melhorias que ela gostaria de implementar e que ajudariam muito no serviço em geral.
A primeira coisa que ela destacou foi a necessidade de um veículo próprio para melhorar sua logística e facilitar a locomoção de um evento para o outro.
Outro desejo é o de adquirir um ponto fixo para promover ainda mais a Kitanda das Minas. Dessa forma, os clientes poderiam consumir e frequentar seu ponto de venda sem ter que ir a um evento específico, usufruindo da melhor forma e tendo um contato bem mais próximo.
Além disso, Priscila contrata, esporadicamente, algumas pessoas para trabalharem no Kitanda, dependendo do tamanho do evento, e o ideal seria ter uma equipe. O objetivo dela é ampliar o time e dar treinamento constante para que essas pessoas aprendam mais sobre o negócio e também possam, futuramente, empreender em algo próprio.
Muito legal a história da Priscila e o empoderamento que a Kitanda das Minas representa, não é mesmo?
Fique de olho aqui na Academia Assaí. Temos ainda muitas histórias para contar!