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Tacos e tortilhas: conheça o restaurante Mexicano da Rua 7
Postado em: 19 de Junho de 2018 às 13:39 Por Redação
Empresários do restaurante Mexicano da Rua 7 levam o sabor da comida mexicana para a periferia de São Paulo e mostram que não existem fronteiras quando o assunto é comer bem a um preço justo
A relação de Alexandre dos Santos de Lima, um dos proprietários do restaurante Mexicano da Rua 7, com a terra dos tacos e tortillas começou em meados de 1995, quando o empresário se interessou pela cultura do país por meio de músicas de grupos como o Cypress Hill, Control Machete e Delinquent’s Habits.
Cinco anos mais tarde, em 2000, e com o apoio da internet, foi possível para ele conhecer, explorar e experimentar a gastronomia dos mexicanos em terras brasileiras. “Com a abertura de alguns restaurantes mexicanos naquele período, foi possível provar receitas tradicionais, como burritos e tacos”, relembra.
Porém, foi em 2011 que Alexandre resolveu unir a paixão pela cozinha com as receitas mexicanas. Sendo o mais velho entre os irmãos, em casa era o responsável pelo preparo dos alimentos e, nessa área, destacava-se com receitas diferenciadas.
“Comecei a escrever o projeto de ter um restaurante. Para isso, pesquisei fornecedores, mas o negócio veio a se concretizar mesmo em 2016, junto com a presença no negócio da minha noiva, Aline Gutierrez. Ficamos desempregados em dezembro de 2015 e, mais uma vez, a necessidade me impulsionou. Tirei o projeto da gaveta e, inicialmente, a ideia era vender comida mexicana na rua, num carrinho de hot-dog adaptado”, explica.
Em 2016, em sociedade com Aline – administradora de empresas por formação –, instalaram o primeiro carrinho em uma praça na cidade de São Bernardo do Campo, interior do estado de São Paulo, para vender comida mexicana, com destaque no cardápio para os tacos de milho e as tortillas importadas dos Estados Unidos.
Tempos depois, tiveram a oportunidade de servir as delícias em um espaço de food trucks, o que acontecia aos finais de semana, e foi um desafio grande, uma vez que, no mesmo espaço, os clientes tinham a oportunidade de degustar culinárias de diversas partes do mundo.
“Não decepcionamos. Nos destacamos e ficamos como o Mexicano oficial do espaço todos os finais de semana. Mas, depois de cinco meses, o espaço informou que estava fechando. Foi nesse momento que voltamos ao projeto que tínhamos na gaveta”, relembra.
SONHO REALIZADO
Do carrinho para a inauguração de um ponto fixo, passou-se um pouco mais de um ano, e todas as dificuldades que o casal de empreendedores superou antes do projeto Mexicano da Rua 7 se concretizar serviram como aprendizado para o futuro negócio que se desenhava.
O restaurante foi projetado para operar no Bairro do Jardim Romano, região do extremo leste da cidade de São Paulo, local no qual Alexandre reside desde os 14 anos de idade.
Outro desafio a ser superado foi posicionar um restaurante com essa proposta gastronômica fora da região central da cidade ou de bairros mais “elitizados”, plano de negócio que exigiria ajustes para adequar a casa à região escolhida – periferia –, assim como o perfil de clientes atendidos, em grande parte pessoas que jamais tinham tido “contato” com a comida mexicana.
Passando a funcionar oficialmente no mês de outubro de 2017, na Rua Manuel Félix de Lima, 63 (Rua 7), a cinco minutos da estação Jardim Romano da CPTM, o Mexicano da Rua 7 chegou ao mercado com o objetivo de levar um “pedaço” da cultura e também da gastronomia do México para as pessoas que nunca tinham experimentado as “delícias gastronômicas” do país.
“Criamos um ambiente familiar e agradável, que chamamos de “nosso cantinho do México.” As pessoas se divertem, dão risada, brincam e acabam virando amigas. Também descobrem novos sabores e vivem uma verdadeira experiência. Por um momento, esquecem que estão no extremo leste”, diz.
Para iniciar o negócio e realizar o sonho de empreender na área da gastronomia, o empresário realizou escolhas pessoais. Além de chef, trabalhava como fotógrafo e guitarrista.
E, para tornar realidade o seu sonho, vendeu instrumentos musicais e manteve apenas a câmera, pois sabia que necessitaria do equipamento para fazer as fotos de divulgação do restaurante.
Outro desafio – que ainda precisa ser superado diariamente pelo casal – é desmistificar a ideia de que a comida mexicana é somente uma opção de gastronomia para a classe média-alta. Hoje, trata-se de um tipo de culinária que pode ser acessível a todos os perfis de clientes e bolsos.
Para isso, os preços praticados no cardápio são adaptados à realidade do negócio e da região na qual a casa está instalada. Alguns destaques do cardápio são o burrito de nachos, além do taco de pernil. As cervejas também são um ponto alto da casa, pois o restaurante oferece rótulos artesanais e importados.
Os planos para o futuro ainda são muitos, mas o principal deles é tornar o Mexicano da Rua 7 a melhor casa de culinária mexicana do Brasil. “Queremos ser o cantinho do México no Brasil. Mostrar para as pessoas que a periferia também tem restaurantes ótimos. Um dos exemplos no qual nos espelhamos é a trajetória do Mocotó, do chef Rodrigo Oliveira, localizado na Zona Norte e que está escrevendo uma história na gastronomia do Brasil. Chegaremos lá também, pode anotar”, afirma.
Ao entrar no restaurante, o cliente tem a sensação de que está em uma cidade mexicana. Há a presença de sombreiros, máscaras e bandeiras de ícones da história do país, que fazem parte da ambientação do espaço.
“A ideia é que os clientes se desliguem e se sintam no México, tendo ao fundo o som de música latina, que é exibida no telão. E, se o cliente nunca comeu a comida mexicana e não sabe nem por onde começar, não tem problema, pois explicamos o cardápio”, afirma Alexandre.
PARCEIRO ASSAÍ
Desde a abertura do restaurante, os empresários Alexandre e Aline realizam suas compras de abastecimento, pelo menos duas vezes por semana, em uma das lojas do Assaí, que fica na Avenida Marechal Titto, em São Miguel Paulista.
Mesmo a culinária mexicana exigindo produtos específicos e muitos deles obtidos por meio de importadores, no Assaí é realizada a compra de insumos tais como laticínios, carnes, hortifrúti (legumes, verduras e frutas), além das bebidas.
Porém, mais do que oferecer no mix os produtos necessários para que o chef execute com qualidade as opções oferecidas no cardápio, os empresários da gastronomia mexicana encontraram no Assaí dicas de profissionalização e empreendedorismo para terem sucesso no negócio. “Os desafios são muitos para aqueles que empreendem no Brasil.”, disse o empreendedor.
Um deles é a falta de incentivo para os microempreendedores individuais. Nossa cultura forma empregados e não empreendedores. São poucas empresas que têm iniciativas como a do Assaí, que oferece gratuitamente cursos intensivos para empresários.
Os empresários realizaram cursos pela Academia do Assaí, em conjunto com a Aliança Empreendedora, que foram muito importantes para a evolução profissional do negócio.
“E, com a dedicação nos cursos, ganhamos o prêmio de empreendedores-destaque e isso nos ajudou no pós-curso. Ganhamos um vídeo institucional e aconteceram alguns encontros com outros empreendedores, para a discussão de diversos temas. Também teremos o apoio de um tutor no período de seis meses para tirar dúvidas sobre o nosso negócio”, ressalta Alexandre.
Para os dedicados empresários, iniciativas como essas da Academia Assaí contribuem para o crescimento dos pequenos negócios e também para a formação e capacitação contínua dos empreendedores.
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